O início dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, nesta quarta-feira (28), aumenta a expectativa dos paratletas várzea-grandenses que já estão de olho na próxima edição, que será realizada em Los Angeles. Desde 2023, a cidade tem sido o berço de uma verdadeira revolução no esporte adaptado, com a criação do polo do Centro de Referência Paralímpico, localizado no Ginásio Poliesportivo “Júlio Domingos de Campos” (Fiotão).
Esta iniciativa, que começou como um projeto de inclusão social e reabilitação, rapidamente se transformou em uma “fábrica de craques” com atletas de alto rendimento que prometem levar o nome de Várzea Grande e do Brasil aos Jogos Paralímpicos de Los Angeles em 2028.
O supervisor externo do Comitê Paralímpico Brasileiro, Altemir Trapp, destaca que mesmo sendo um projeto recente, o polo Paralímpico, que nasceu com intuito de inclusão das crianças e jovens, passou a ter perspectivas de treinamento e de formar atletas de alto rendimento.
“E nós já começamos a vislumbrar alguns potenciais atletas, que inclusive já integram seleções brasileiras, o que é o ápice ao atleta. Diante desse contexto, sendo bastante franco, eu vejo que para Los Angeles nós temos uma atleta com grande potencial de estar nos representando, que é a Ana Beatriz Antenor, do tênis de mesa. Ela tem 15 anos e nasceu com uma síndrome rara, conhecida como os ossos de vidro”.
Ana Beatriz já é campeã brasileira de Tênis de Mesa e foi convocada para a seleção brasileira de jovens da modalidade, chegou ao Centro de Referência Paralímpico de Várzea Grande por meio da indicação de uma amiga, que é aluna de natação.
No atletismo, o Centro apresentou ao Brasil Isabela Stropa, de 13 anos, recordista brasileira de arremesso de peso para atletas com deficiência física na faixa etária estudantil. Ainda no atletismo, Nicole Mayume de 12 anos, é recordista brasileira no salto em distância para deficientes visuais na faixa etária estudantil.
“Foi uma experiência muito feliz, de muito treinamento. É um treinamento detalhado e exige muita força. Faz um ano que estou aqui treinando.”, conta a atleta que foi incentivada a ingressar no esporte por um professor.
Juan Gabriel é medalhista no arremesso de peso para cadeirantes e diz que não imagina mais a vida sem as competições, e se emociona ao falar do orgulho que a família sente por suas conquistas.
“Me sinto especial por integrar a equipe paralímpica. O esporte, além do estudo, me dá algo para fazer, me diverte. Conheço pessoas, faço amigos e viajo. Se não fosse o esporte, não estaria fazendo nada disso.”
Em primeiro lugar no estadual de bocha está Victor Oliveira, que, há pouco mais de um ano, nunca tinha tido contato com qualquer esporte. Ele tem o grau mais severo de paralisia cerebral, mas isso não o impediu de encontrar um esporte que fosse perfeitamente adaptável às suas necessidades.
Ainda entre os destaques no Goalball estão André Luiz de 17 Anos, Campeão do Parapan de Jovens e bronze no Mundial de Jovens, e Nathalia Maria Arruda, 4° lugar no Mundial de Jovens.
A fábrica não para – O Centro de Referência Paralímpico no Fiotão oferece atividades recreativas destinadas aos jovens PCDs (físico e intelectual) de 7 a 24 anos, que participam de esportes como golbol, atletismo, natação, bocha, arremesso de peso e tênis de mesa.
Porém, atualmente, de um total de 150 jovens atendidos, pelo menos cinco deles são destaques dentro e fora do Brasil. Ainda como destaca Trapp, o mais interessante é que 90% dos atletas que se destacam atualmente nunca tinham tido nenhuma oportunidade no esporte até integrarem o Centro Paralímpico.